O aprimoramento do acolhimento dos estudantes na universidade, especialmente nos semestres iniciais, demanda o fortalecimento de uma cultura institucional comprometida com a equidade e a justiça social. Isso passa, necessariamente, pela adoção e ampliação de políticas afirmativas voltadas às populações historicamente marginalizadas, com ênfase na população LGBTQIAPN+, em especial as pessoas trans e travestis e ainda não assistidas diretamente pela UFMS.
Essa é uma das populações mais vulnerabilizadas no contexto universitário, enfrentando discriminações múltiplas, exclusão familiar, precariedade econômica e riscos constantes à sua integridade física e emocional. Estudos e experiências institucionais indicam que pessoas trans estão entre aquelas com maiores dificuldades de acesso, permanência e êxito nos cursos de ensino superior. Por isso, algumas universidades brasileiras já adotaram políticas de cotas específicas para pessoas trans, como medida de reparação histórica e promoção da diversidade, o que deve ser ampliado e fortalecido em todo o sistema público de educação superior.
Além da ampliação de políticas de ingresso, é fundamental garantir estratégias de acolhimento que contemplem apoio psicossocial, políticas de permanência (como bolsas, moradia estudantil e alimentação), formação continuada para servidores em diversidade e direitos humanos, bem como espaços de escuta e pertencimento. O acolhimento, nesse sentido, não é apenas um gesto de recepção, mas uma prática institucional que reconhece desigualdades estruturais e atua para superá-las.

É fundamental oferecer um ambiente de apoio e pertencimento com orientações práticas, que ajude o calouro a enfrentar desafios acadêmicos e emocionais. O apoio psicossocial é de extrema importância nessa etapa, pois o estresse do novo pode gerar inseguranças e medos. Garantir estratégias de acolhimento com atendimento psicológico e pedagogo individual ou roda de conversa e grupos de escuta para debater sobre adaptação e ansiedade, dando suporte contínuo aos estudantes.

Pois bem, minha sugestão vale não só para os novos ingressantes na faculdade, mas para toda a comunidade que busca compreender mais sobre o universo acadêmico da UFMS.
O que venho sugerir decorre das recentes dificuldades que não só eu, mas amigos próximos que de alguma forma passaram nos processos seletivos e precisavam fazer a matrícula, mas não encontraram informações necessárias por ser muito complicado achá-las. E, levando em consideração essa dificuldade de encontrar informações no site da ufms, acredito que seria de grande utilidade pública, a criação de uma "biblioteca interativa", onde por meio de pesquisa por palavras chave ou uma conversa com um robô interativo, as pessoas pudessem encontrar todas as informações que precisassem, sem ter que ficar horas e horas navegando pela web, ou mesmo comparecer a instituição para perguntar pessoalmente. Uma enorme fonte de informações o de constaria todas as histórias, projetos, curso e demais relações com a universidade, todas as informações em um só lugar para quem quiser saber.

É fundamental que a universidade ofereça, já no início da trajetória acadêmica, um trimestre verdadeiramente acolhedor, que promova o encontro, o diálogo e o pertencimento. Um semestre comum, básico e transversal, capaz de reunir estudantes de diferentes cursos em experiências formativas compartilhadas, criando um ambiente propício para trocas, colaboração e construção coletiva do saber.

Mais do que disciplinas introdutórias fragmentadas, propõe-se um primeiro semestre estruturado para desenvolver competências humanas, científicas e sociais essenciais, com foco em formação ética, pensamento crítico, metodologia científica, escrita acadêmica, políticas de ciência, tecnologia e inovação, impactos sociais do conhecimento, empreendedorismo, mercado de trabalho e inovação. Além disso, temas como arte, expressão corporal, teatro, mídias sociais, comunicação científica, ferramentas computacionais, inteligência artificial e análise de dados devem compor essa formação, permitindo que os alunos ampliem suas referências e habilidades de forma integrada.

Esse semestre também deve ser um espaço para cultivar vínculos: entre estudantes, com os docentes, com a universidade e com os próprios projetos de vida. O início da graduação não pode ser apenas uma corrida por créditos; precisa ser um momento de construção de identidade acadêmica, de pertencimento institucional e de motivação para a jornada que se inicia. Criar esse espaço comum é investir na qualidade da formação, na permanência e no futuro da universidade pública.

O enquadramento das cargas horárias dos cursos de graduação ao mínimo exigido pelo CNE (Diretrizes Curriculares), aliada a um calendário com 15 semanas pode ser uma estratégia mais amigável de acolhimento, reduzindo o desgaste e favorecendo ações de ingresso e nivelamento dos novos alunos.
Os períodos de verão, especialmente em fevereiro, podem ser estrategicamente utilizados para atividades de ensino, de pesquisa e de extensão antes do início oficial do semestre. Atividades de integração, semanas pedagógicas, minicursos introdutórios e orientações sobre a vida universitária podem ocorrer nesse período, facilitando a transição do ensino médio para o superior.
Com a carga horária mínima e com semestres de 15 semanas e períodos complementares, cria-se um sistema mais flexível e adaptável às necessidades individuais dos estudantes. Disciplinas com altos índices de reprovação podem ser reofertadas imediatamente nos períodos de verão e inverno, evitando atrasos significativos na progressão curricular. Esta flexibilidade é crucial para reduzir a retenção e, consequentemente, a evasão, pois permite que estudantes com dificuldades tenham múltiplas oportunidades de recuperação ao longo do ano.

Bem, sou Marilene Saramago e tenho 51 anos, esse é o meu primeiro semestre em Pedagogia e estou muito grata por tanto. Sou Psicanalista e uma pesquisadora incessante na área da Saúde Mental.
As primeiras disciplinas são voltadas sobre o aprendizado em EAD, MÍDIAS, TECNOLOGIAS, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA, UM POUCO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO.
Imagina eu, com 51 anos , iniciando uma graduação, meus medos, gatilhos, ansiedades, procrastinação, auto julgamentos... Felizmente, não passei por isso, mas tenho certeza que muitos passaram e passam. Já iniciei 2 graduações e não completei, muitas questões emocionais envolvidas.
Eu tenho 51 anos, mas os mais novos 20, 30, 40 anos, também tem suas questões emocionais e muito pouco apoio.
Não sei a estatística de quantos conseguem chegar ao final do curso.
Grana não é. Já se questionaram os motivos?
A Saúde Mental, questões emocionais, podem ser a resposta. A procrastinaçao, medo, gatinhos, gestão de tempo, falta de acolhimento, incentivo, autoestima, a falta dela, a crença limita de não ser capaz, de não conseguir ir até o fim, de ser julgada... são tantas questões emocionais que podem atrapalhar, impedir, paralisar o estudante, principalmente nos semestres iniciais.
Apesar de ser apenas uma "caloura" , gostaria de ajudar, me aprofundar junto ao corpo organizador desse projeto: " Formação inclusiva e humanizada para uma sociedade em transformação ".
Parabéns pela iniciativa!

A UFMS é uma instituição de grande porte, com cerca de 25 mil estudantes e 3 mil servidores distribuídos em 22 cidades de Mato Grosso do Sul. Naturalmente, trata-se de uma organização complexa, com múltiplas realidades e particularidades. Muitos alunos ingressam diretamente do ensino médio e, por vezes, apresentam lacunas formativas que dificultam sua integração e senso de pertencimento à universidade. Nesse contexto, a atenção aos ingressantes no primeiro ano é fundamental. A semana de recepção dos calouros representa um avanço importante e deve ser valorizada e fortalecida. Uma possível ampliação seria a criação de um programa de padrinhos e madrinhas entre os veteranos, associado a atividades de monitoria, para promover a vivência plena da vida universitária desde os primeiros dias. Além disso, a comunicação com os calouros deve ser clara, objetiva e adequada à sua realidade — nem excessiva, nem insuficiente —, reforçando o acolhimento e a orientação nesse momento decisivo de transição.

Para enfrentar a questão da falta de acolhimento inicial, é essencial implementar um programa abrangente que promove a inteiração e suporte contínuo aos novos estudantes. Iniciativas como programas de mentoria, workshops de integração e treinamentos específicos para professores podem facilitar o processo de adaptação, garantindo que cada estudante se sinta ouvido e apoiado. A criação de centros de acolhimento, juntamente com recursos digitais e eventos culturais, pode fortalecer o sentimento de pertencimento e comunidade. Ao promover um ambiente aberto para feedback, asseguramos que as estratégias de acolhimento sejam continuamente aprimoradas, motivando os alunos a seguir com sucesso em sua jornada acadêmica.

Acredito que a recepção de novos estudantes é um dos pontos essenciais para o acolhimento, e que a programação para recepção pode ser aprimorada e institucionalizada, fortalecida como um evento de 4 ou 5 dias dentro do calendário, em semana anterior ao início das aulas (sem sobrepor com as aulas). No primeiro dia, a programação poderia incluir todos os cursos, por exemplo com falas/palestras/conversas desde aspectos filosóficos (bases filosóficas e significado das universidades) até práticos (e.g. breve histórico da UFMS, apresentação espacial dos campus e unidades, apresentação das bases digitais e sites, unidades de apoio aos estudantes - enfim mostrar o significado, tamanho, estrutura, e formas de comunicação institucional). Na continuidade, a programação pode prever a recepção dos calouros pelos técnicos e docentes dos seus cursos; cada curso com programas diferentes de acordo com suas naturezas, mas parte comum a todos os cursos seria mostrar os aspectos chave do projeto pedagógico, explicar a lógica curricular, mostrar caminhos e perfis dos profissionais que buscamos formar. Seria ideal se a programação pudesse contar com todos os docentes do curso (uma fala rápida de 3 a 5 min cada um; como em congressos, sobre suas disciplinas, projetos, atividades etc.). E talvez dois dias ou um e meio ao final com programação guiada pelos veteranos (com leveza, consciência, que seja criativo e saudável)

Incluir disciplinas que trabalhem habilidades emocionais e organização da vida acadêmica. Mas vejo que essas disciplinas deveriam ser intercursos. Lotadas naEm uma unica unidade com professores de varios cursos. A ideia não seria cada unidade propor a sua mas uma disciplina institucional, com professores de varia unidades colaborando.