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Como melhorar a qualidade dos cursos?
Código da proposta: UFMS Participativa-2025-04-182
Melhorar a qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação exige uma abordagem integrada, que envolve currículo, corpo docente, gestão, infraestrutura e a escuta ativa dos estudantes.
Melhorar a qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação exige uma abordagem integrada, que envolve currículo, corpo docente, gestão, infraestrutura e a escuta ativa dos estudantes. Neste caso, podemos refletir sobre a revisão dos currículos, a formação continuada dos professores, o alinhamento do curso com as necessidades da sociedade, entre outros temas.
Repensar a estrutura dos cursos é fundamental diante do perfil da nova geração de estudantes, marcada por inquietação e dificuldade de concentração em aulas longas. Pesquisas mostram que a atenção sustentada raramente ultrapassa 60 minutos, o que torna aulas expositivas de duas horas pouco eficazes.
Propõe-se, portanto, um projeto-piloto em cursos de diferentes áreas, com reorganização da carga horária presencial: reduzir o tempo contínuo em sala para cerca de uma hora e complementar com atividades de monitoria supervisionadas, mas não obrigatórias, respeitando a autonomia dos estudantes e a legislação vigente.
Também é recomendável reduzir o número de disciplinas cursadas simultaneamente, adotando ciclos trimestrais que favoreçam a imersão e a sequência lógica dos conteúdos. Essas mudanças, possíveis dentro dos marcos legais, tornam o ensino mais flexível e conectado com a realidade atual, promovendo uma aprendizagem mais significativa e efetiva.
Essas mudanças podem ser feitas dentro dos limites legais e sem comprometer a carga horária mínima exigida pelo MEC. Ao redistribuir o tempo das aulas tradicionais para outras formas de aprendizagem supervisionada, a universidade pode avançar em direção a um modelo mais moderno, flexível e conectado com a realidade dos estudantes. O objetivo não é reduzir o rigor acadêmico, mas sim criar condições para que a aprendizagem seja mais significativa, participativa e adequada ao contexto contemporâneo. Trata-se de reconhecer que estar presente não é sinônimo de aprender, e que transformar o modelo de ensino é um passo fundamental para garantir qualidade e permanência na educação superior.
Contudo, para isso é imprescindível que a instituição forneça subsídios para tais ações, como capacitação de técnicos e docentes, propiciar tempo de reestruturação e preparação para as atividades, estimular a integração entre os docentes, ter espaços estruturados adequadamente para receber os acadêmicos e para desenvolver tais atividades, criar espaços dialéticos com os acadêmicos, bem como fortalecer os vínculos entre universidade, acadêmicos e sociedade.
Passamos por uma pandemia que nos permitiu ver pontos positivos em assuntos tratados de forma remota.
Penso que repensar a forma (100% presencial, híbrido ou 100% remoto) de ministrar as disciplinas pode contribuir para uma melhora na qualidade do curso, pois estaríamos aliando tudo o que temos de bom tanto do aspecto presencial como remoto. Entretanto, não acho que ter um padrão (diminuir ou aumentar a carga horária) para todas as disciplinas seja a questão, pois enquanto algumas podem ser aplicadas de forma 100% remota, outras deveriam híbridas ou ser 100% presencial.
Colocando atenção e chegando numa melhor forma de como as disciplinas podem ser trabalhadas, a satisfação e a qualidade de ensino do aluno tendem a melhorar, mesmo sem grandes mudanças na estrutura do curso como um todo do que já temos hoje.
No nosso papel de educador, é muito importante estarmos atentos às necessiadades dos alunos, para então propormos constantemente soluções que venham a atender as necessidades deles. Com isso, a reestruturação dos cursos viria de uma forma natural, para atender necessidades específicas.
Não vejo pontos positivos em assuntos tratados de forma remota durante a pandemia, acredito que o nível de aprendizado diminuiu significativamente.
Sou desfavorável ao aumento de em aula EaD, pois hoje nossos jovens estão cada vez mais "vivendo virtualmente", se tiver mais aulas que não a tendencia será de cada vez mais não ter socialização e vivencia na UNIVERISITÁRIA.
Além disso, os alunos serão sobrecarregados, pois além das disciplinas presenciais terão de cumprir muitos afazeres nessas disciplinas em EaD.
A UFMS tem um papel fundamental na formação de profissionais críticos e cidadãos engajados, especialmente em um estado plural como Mato Grosso do Sul, onde a diversidade cultural, social e ambiental demanda uma universidade atenta às reais necessidades da sociedade.
Uma sugestão para aprimorar a qualidade dos cursos seria integrar metodologias ativas com enfoque regional, garantindo que os conteúdos teóricos dialoguem com as demandas locais.
Por exemplo:
Interdisciplinaridade aplicada: Criar projetos integrados entre cursos distintos (como Matemática, Engenharia, Biologia e Ciências Sociais) para resolver problemas concretos da região.
Aprendizado baseado em projetos: Incentivar disciplinas que trabalhem com casos reais de comunidades, empresas ou órgãos públicos sul-mato-grossenses, aproximando os estudantes da realidade profissional desde os primeiros semestres — e não apenas em estágios finais.
Avaliação contínua com participação discente: Implementar mecanismos de feedback periódico entre alunos e professores, com espaços de escuta qualificada durante o período letivo.
Além disso, seria valioso expandir parcerias com instituições locais (como prefeituras, ONGs e associações indígenas) para estágios e pesquisas aplicadas, reforçando o compromisso social da UFMS. A universidade já avançou em iniciativas como o PDI, e essa pode ser uma oportunidade para consolidar uma formação que una excelência acadêmica e impacto social.
Outra ideia que corrobora com estas ideias é a criação de disciplinas como Projeto Integrado (1 por semestre ou 1 por ano).
A ideia está em os alunos usarem os conceitos das disciplinas aprendidas até a fase em que se encontram para resolver algum problema mais simplificado de pesquisa, de laboratório, etc., ou mesmo elaborar projetos, que não necessariamente dependeria das parcerias com órgãos externos à instituição.
Poderia se pensar em criar disciplinas que envolvam questões trabalhadas em concursos como os que acontecem na engenharia como o Concrebol, competições de construção de pontes feitas com espaguete, etc.
Criar ambientes de estudos bem estruturado para que os alunos possam estudar em grupo nos intervalos das aulas.
Essas disciplinas poderiam ser Práticas de Extensão em Pesquisa, Empreendedorismo e Inovação
Necessidade de uma reflexão profunda sobre a atualização dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs), considerando não apenas as habilidades técnicas, mas também as competências interpessoais e adaptativas exigidas pelo mercado atual. É importante questionar como podemos integrar habilidades de comunicação, resolução de problemas, pensamento crítico e colaboração nos currículos existentes. Essa reflexão deve incluir a análise das demandas do mercado, com a participação de parceiros do setor, para identificar quais competências estão emergindo e quais comportamentos profissionais são desejados. Além disso, devemos pensar em como criar experiências práticas e projetos interdisciplinares que incentivem o uso dessas habilidades em contextos reais. É crucial ponderarmos sobre o papel do corpo docente na promoção de metodologias de ensino inovadoras que valorizem tanto o conhecimento técnico quanto o desenvolvimento pessoal. Por último, a importância de estabelecer canais de feedback contínuo com os estudantes deve ser uma questão central, para assegurar que o aprendizado permaneça alinhado com as últimas tendências do mercado e padrões profissionais esperados.
O fortalecimento contínuo do nosso corpo docente, através de capacitações que fomentem a inovação pedagógica, unirá teoria e prática de maneira inovadora. Paralelo a SEDEP que tem um foco no aluno, seria interessante ter uma “SEDED” (Semana de Desenvolvimento Docente)
A adoção de um calendário acadêmico com 15 semanas letivas por semestre na UFMS, em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que exige um mínimo de 200 dias letivos por ano, representa uma oportunidade estratégica de reestruturação que pode beneficiar múltiplos aspectos da vida universitária, acadêmica e administrativa.
Com relação à qualidade dos cursos e formação integral, reduzir o semestre para 15 semanas, sem prejuízo da carga horária total dos cursos, possibilita maior planejamento pedagógico e foco no essencial. A concentração das atividades em um período mais enxuto pode favorecer metodologias ativas e avaliações contínuas, com maior envolvimento discente. Além disso, o recesso ampliado entre semestres oferece a oportunidade para oferta qualificada de disciplinas de verão e inverno, que contribuem para a formação integral e desenvolvimento de competências diversas.
A redução para 15 semanas, com a implementação de períodos de verão e inverno, permite uma reorganização pedagógica que favorece a intensificação e aprofundamento do conteúdo ministrado. Ao concentrar as disciplinas em períodos mais objetivos, é possível implementar metodologias ativas de aprendizagem que otimizam o tempo em sala e estimulam maior engajamento dos estudantes. Além disso, os períodos intensivos podem ser utilizados para disciplinas complementares, ações de extensão, oficinas práticas e atividades de nivelamento, enriquecendo o currículo e ampliando as oportunidades de aprendizado especializado.
Complementando, a redução para 15 semana exige um ajuste nos PPCs, de forma a implementarmos a CH mínima exigida pelo CNE para cada curso. Isso também é parte do processo de adequação.
Formar um Grupo de Trabalho dedicado à análise das avaliações recentes dos cursos é um passo crucial para o desenvolvimento de estratégias eficazes e específicas que fortalecerão nossas disciplinas. Ao identificar e compartilhar as melhores práticas entre os cursos, promoveremos uma cultura de excelência e colaboração.
Algumas sugestões:
- mais empenho das unidades, com apoio da Aginova, na formalização de convênios com empresas privadas que permitam a aproximação do estudante com o mercado de trabalho.
- maior valorização e assistência, por parte das unidades e pró-reitorias envolvidas, nos programas de voluntariado para iniciação científica, extensão e ensino.
A participação dos nossos alunos em atividades , mesmo que sem bolsas, deveriam ser mais difundidas.
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Implementar uma revisão curricular periódica é crucial para assegurar a relevância e a qualidade dos cursos. Este processo deve envolver estudantes, docentes e representantes do mercado, permitindo que o conteúdo dos programas seja constantemente atualizado de acordo com as necessidades atuais e futuras. Ao alinhar as práticas pedagógicas com as demandas do mercado de trabalho e as expectativas sociais, garantimos que os estudantes recebam uma educação que lhes propicie sucesso profissional e pessoal, além de aumentar o engajamento e a permanência nos cursos.
Para melhorar a qualidade dos cursos de graduação, é necessário revisar os Projetos Pedagógicos de Curso, adotar metodologias ativas de ensino e promover maior integração entre teoria e prática. O fortalecimento da formação docente, com incentivo a práticas inovadoras, também é essencial. O uso complementar de tecnologias digitais pode qualificar o ensino, mas o retorno ao presencial deve valorizar o contato direto, a convivência e a troca entre estudantes e professores. A organização das aulas precisa ser repensada: disciplinas com quatro horas seguidas comprometem o aprendizado, sendo mais eficaz dividir as aulas ao longo da semana (duas aulas em dois dias diferentes, por exemplo), intercaladas com momentos de estudo individual. Além disso, é fundamental investir em políticas de apoio estudantil, infraestrutura adequada e ações institucionais que promovam o vínculo do aluno com a universidade e a valorização do ensino presencial de qualidade.
Tornar a relação professor x estudante mais transparente e confiável com direitos e obrigações definidad